Comunicação - Relações pessoais

Quanto tempo do seu dia você usa se comunicando? Já parou para pensar isso?

Na minha infância a comunicação era feita conversando pessoalmente, sabe? Falando com a boca e a outra pessoa ouvindo. Tem gente que não sabe mais o que isso... OK, continuando. Outra forma era quem tinha tinha telefone fixo em casa; sim, aquele aparelho que ultimamente tem ficado no canto do sala de casa e só serve pra receber ligação de banco oferecendo cartão ou, por sorte, uma ligação por engano (pior quando a pessoa ainda insiste que ligou certo, a vá...). Também tinha carta e telegrama... Carta e telegrama? O que são essas coisas? Lembro quando a minha afilhada perguntou para mim o que era uma fita VHS, eu me senti muito velho... Parece que uma vida já se foi.

Alguém se lembra de como era realmente "discar" o telefone?

Isso é uma fita VHS, a gente usava para ver filmes e gravar programas que passavam na TV, não tinha YouTube (what?!). Quem sabia programar um vídeo cassete para gravar era rei!

Lembro que quando meu pai viajava era uma dificuldade de falar com ele, só conseguíamos quando ele chegava ao seu destino. Eu me pergunto como era nessa época os casais ciumentos, acho que viviam no limite de ter um infarto.

Voltando para o mundo atual, com o advento da internet mais acessível e dos Smartfones, estamos conectados 24 horas, nos comunicando constantemente com o mundo. A facilidade que temos para fazer uma ligação, mandar uma mensagem, uma imagem, um som é incrivelmente rápida e prática, como nunca imaginaríamos a 10 ou 15 anos atrás.
Isso faz com o que o mundo fique menor, a distância de comunicação entre as pontas diminuam, aproxima mais as pessoas que antes não tinham muito contato, isso é sensacional! Mas existe um ônus nisso tudo: as pessoas estão se afastando. Sim, e muito! Vamos refletir um pouco sobre isso.

Quantos grupos de whatsapp/telegram nós temos?

- Temos o grupo da família. Sempre nesse grupo tem uma pessoa que manda imagem de boa dia (não sei de onde tira tanta imagem diferente, mas tudo bem);
- Grupo da colégio/faculdade, que normalmente são mantidos por umas 3 a 5 pessoas que não param de falar;
- Grupo dos bestfriends. Normalmente para os homens é a fonte de conteúdo pornô (tem sempre um que tem uma fonte inesgotável de vídeos e fotos, e até agora eu não sei como o celular dessa criatura não fica cheio), e para as mulheres, bom, eu não sei o que elas falam, eu também queria saber, mas deve ser muita coisa, mas muita coisa mesmo!
- Grupo do trabalho com chefe. Aquele grupo certinho, onde só fala coisa de trabalho onde cada um tenta ser mais proativo que o outro;
- Grupo do trabalho sem chefe, onde se fala mal do chefe e do trabalho;
- Grupos aleatórios são referentes ao grupos do curso de inglês, pós graduação, da aula de dança, enfim, grupos que começam e depois poucos falam;
- Grupo nostalgia é o grupo formado por pessoas do seu colégio antigo, to trabalho antigo. No começo ninguém para de falar, mas depois fica só umas mensagens aleatórias.

Acho que compreendi boa parte dos grupos, dessa forma sempre falamos com todo mundo. Agora, quantas vezes você encontrou pessoalmente com algumas pessoas desses grupos?

Tenho me deparado muito com isso, apesar de fazer parte de diversos grupos não sou muito ativo, não gosto de ficar muito tempo no celular. O que eu gosto mesmo é de sair e conversar pessoalmente. Acho que tenho a cabeça muito antiga. Pra mim, nada substitui ver e conversar com quem eu preciso e quero falar. Eu sou o cara "chato" do grupo que sempre tenta reunir todo mundo no mesmo ambiente, mas ultimamente tenho abandonado essa ideia, não tenho me esforçado pois percebi que estou praticamente sozinho nisso. São poucas as pessoas que realmente se esforçam para se reunirem, acho que a maioria basta o Whatsapp ou Facebook como contato. Fico triste com esse tipo de situação pois o que deveria aproximar está afastando, ou mostra realmente o quão importante somos para as pessoas. Pelo menos é minha opinião.

Sei que não temos mais o tempo livre que tínhamos antes, ou as responsabilidades, mas criamos muitas vezes barreiras, desculpas. Ou será que realmente somos tão ocupados e responsáveis que não conseguimos tirar algumas horas livres para encontrar pessoalmente? Reflita um pouco.

E para encerrar, mudando um pouco de assunto, mas na mesma ênfase, por que antes pedir número de telefone era ser muito pessoal, agora dar o whatsapp não? Bizarro hein?